(Unicamp/2026) Um agricultor realizou a remoção de um anel da casca de ramos caulinares, prática conhecida como anelamento, para aumentar o tamanho dos frutos em seu pomar. Ele observou dois grupos de plantas após algumas semanas. As plantas do grupo 1 tinham uma região claramente anelada nos ramos e seus frutos eram maiores, se comparadas às plantas do grupo 2. Já as plantas do grupo 2 perderam as folhas e foram claramente prejudicadas pelo anelamento. Ao retornar no ano seguinte, o anelamento era quase imperceptível nas plantas do grupo 1.
Considerando as informações apresentadas e os seus conhecimentos em biologia vegetal, é correto afirmar que o anelamento eliminou os vasos do
A) xilema e limitou o transporte de água para as folhas, comprometendo a atividade do câmbio vascular nas plantas do grupo 1.
B) floema e restringiu o transporte dos produtos da fotossíntese para as folhas, sem comprometer a atividade do câmbio vascular nas plantas do grupo 2.
C) xilema e limitou o transporte de água para as raízes, comprometendo a atividade do câmbio vascular nas plantas do grupo 2.
D) floema e restringiu o transporte dos produtos da fotossíntese para as raízes, sem comprometer a atividade do câmbio vascular nas plantas do grupo 1.
RESOLUÇÃO:
O anelamento é a remoção da casca (“anel da casca”). A casca da planta contém o floema, o tecido responsável por transportar a seiva elaborada (água e açúcares, produtos da fotossíntese) das folhas para as outras partes da planta, como os frutos e as raízes. O xilema, que transporta água e minerais das raízes para as folhas, fica mais para dentro (no lenho/madeira) e geralmente não é removido nessa prática.
No caso das plantas do grupo 1, ao remover o floema, os açúcares produzidos nas folhas (acima do anel) não conseguem descer para as raízes. Eles ficam “presos” no ramo, acima do corte. Esse acúmulo de açúcar é direcionado para os frutos que estão nesse ramo, fazendo com que cresçam mais. A regeneração que ocorreu é devida à ação do câmbio vascular, um tecido meristemático (de crescimento) que fica entre o floema e o xilema. Se o anelamento for feito com cuidado, o câmbio não é totalmente removido ou danificado e pode produzir novo floema, permitindo a sobrevivência e recuperação da planta.
No caso das plantas do grupo 2, o anelamento provavelmente foi muito profundo ou severo, destruindo também o câmbio vascular. Sem a possibilidade de regenerar o floema, as raízes ficaram permanentemente sem o suprimento de açúcares (energia) vindos das folhas. Com a morte das raízes por “fome”, a planta não consegue mais absorver água, o que leva à perda das folhas e à morte da planta. Outra possibilidade é que o anelamento nas plantas do grupo 2 tenha ocorrido no tronco principal, o que impediu o fluxo de açúcares às raízes.
Resp.: D
VEJA TAMBÉM:
– Questão resolvida sobre xilema e floema, da Cesmac 2014-2
– Resolução da questão sobre citamento de árvores, da Unifor 2022-2
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